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quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Atá houve algumas tentativas de minha parte. Faltam números para falar de todas as vezes em que engoli em seco os desaforos e atos que um dia desaprovei. Eu vi minha personalidade, um de meus únicos troféus, virar pó.
E eu tenho certeza de que todas as culpas são minhas. Eu não quis desistir. Não aceitei a ideía de meio castelo ser desperdiçado. Fui só eu quem aceitou a condição de não ser a tua prioridade. Por menos avisos que tiveram pregados em paredes, você me deixou pistas desde o início de se seria assim. Você em seu mundo. Eu com minha fantasia de que tudo poderia mudar. Você dizendo que me amava e eu fingindo que acreditava. Que as palavras bastavam.
Foi mesmo o tempo que me cegou. E foi por comodidade que permaneci. Não a financeira que sustenta milhões de casamentos. Não por nossos filhos que precisam de um referencial. Não por ter o seu nome carimbado em minha identidade.
Eu simplesmente transformei meu coração em um ser atrofiado. Sem ousadia e que se contenta em ouvir um eu te amo em datas festivas. Que não se importa mais em dormir com pés gelados e costas batendo em costas. Estou criando há 25 anos um coração acomodado.
A solidão e a idiferença tornaram-se com o tempo tão comum quanto a marca da aliança. Quanto minha solidão nas sextas-feiras.
Paixão e entusiasmo foram esquecidos como a nossa casa de praia, que recebe aparos apenas nas temporadas. Um cotidiano foi nascendo para ser seguido 365 dias consecutivos. E as promessas, beijos trocados todos os finais de ano duram tanto quanto uma garrafa de champagne. E foi dessa forma, com nossos sorrisos de plástico e filhos bem educados que convencemos vizinhos e parentes de que somos um casal feliz. Que uma bela casa, uma conta bancária de saldo positivo e restaurante caros aos finais de semana, são o bastante para manter um casamento estável. E até você foi convencido pela teoria. Teve todos os seus sonos profundos durante esses anos que dormiu ao meu lado.
Mas vocês estão mesmo certos ao relacionar tudo isso a estabilidade. Tola mesmo sou eu em perceber aos 40 anos que estabilidade não completa ninguém. Que tudo que você me deu foram supérfluos e não podiam me fazer feliz. Que esse casamento não me envolveu nem por um segundo e que falta fez o gosto do risco, do medo de perder e dos ciúmes bobos.
O caos começou foi agora com amaturidade e não quando eu disse sim pra você em frente à um padre. E a culpa realmente é toda minha.

5 comentários:

Ni disse...

Não falo de texto, falo de vida. Você teve uma história parecida com a minha.

30 de janeiro de 2009 às 16:53
Roseanne disse...

Bem dramático. Não parecesse tanto um conto arriscaria até dizer que foi baseado numa história real.

1 de fevereiro de 2009 às 15:48
Unknown disse...

tá. voltei a ler aqui, difícil será resistir pra não ler todos os anterios...
feeds tão difíceis hoje, amanhã tento denovo.

2 de fevereiro de 2009 às 16:04
Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.

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