Formspring

Pra ficar bonita!

Orkut

Twitter

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Às vezes eu acabo concordando que na minha certidão de nascimento deveria mesmo estar escrito OZ, ou que seja, Terra do Nunca. Onde foram parar meus quase 22 anos?
É feito tempo parado mas nunca perdido. É toda vez olhar para trás e achar realmente que a última festa foi a de 15. São os 6 anos sem meu pai por perto nunca terem acontecido. Foi ontem, eu de uniforme azul embaixo do meu prédio, que ele pegou a mala, entortou a boca e disse pra gente ser forte.
E eu nem sei se essa síndrome de Peter Pan me incomoda.
Pelo menos foi desse meu jeito atípico que camuflei as esperas mais longas e cruéis da minha vida. Vai ver foi esse o meu mecanismo utilizado para que tudo doesse menos e por menos tempo. Pra manter ainda disposto o coração.
O que de fato perturba é ter ainda a sensibilidade de uma criança. E o pior, junto de uma bagagem e a visão real do que é o mundo hoje.
Eu sofro demais com os animais abandonados e tenho a infeliz consciência de que salvar um só não irá resolver.
Eu simplesmente não me contextualizei na matéria de cegar certos sentimentos que a modernidade tanto exigiu. Pra mim é complicado entender que esmola não se dá e que grande parte da sociedade hoje não tem as mesmas chances que eu. E que palavra ridícula é essa chamada de sociedade!
Talvez eu tenha estagnado no tempo pelo fato de que sendo criança eu era maior que tudo. E eu podia salvar o mundo salavando a asa de um passarinho. E eu podia também dormir em paz dividindo apenas o saco de pipoca com o "menino de rua". E era mais fácil quando eu não entendia o porquê de tanta gente dormir na rua em dias que faziam tanto frio.
Com 22 anos eu acho horrível o meu discernimento. E não sei ainda e o difícil é crescer ou compreeender.
Então eu prefiro ficar assim, a banalizar o que pra mim não é aceitável. E recuso-me a ler em jornais e noticiários casos de homicídios, balas perdidas e miséria como se fossem meros classificados.
É sim a recusa pelos meus dias, pelo meus tempo, dessa minha infeliz história.
Que se danem os meus testes psicológicos! Eu vou estar na casa dos 60 com os mesmos fortes traços de infantilidade, desenhando botões coloridos em blusas e me sentindo insegura diante de um mundo em que sou uma estranha.
E que Deus me permita permanecer estranha em um mundo que se tornou tão estranho.

1 comentários:

Unknown disse...

Você é foda! Não para de escrever, não para!

20 de janeiro de 2016 às 08:31

Postar um comentário