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Pra ficar bonita!

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sexta-feira, 17 de julho de 2009

Hoje eu me denomino hoje. Bem diferente de ontem, sem esperar com tanta ânsia o amanhã. Vou em pequenos passos. Provavelmente bem menores que a maioria dos de 1985. Há dias em que aqui só se empurra com a barriga, outros de revolução intensa. Como disse há poucos, o hoje, hoje sabe de quase nada e menos ainda de si. Perdeu um pouco da fé aparentemente inabalável, não casou e fraquejou em alguns dos seus valores. Conservou certos hábitos começando por aqueles que se referem aos poucos amigos. O hoje já aceita a mortalidade. Sentiu friamente que não é um ser intocável. Ainda crê no corpo fechado, adoece pouco, mas a vida andou mostrando que a tal mola precisa periodicamente ser lubrificada. Catalisou alguns dos seus sentidos nesse meio tempo. Enxerga perfeitamente bem, enxerga fundo, enxerga o que nem sempre deseja, mas continua mais surdo que uma porta. É mais direto que antigamente, já não trabalha mais tanto com entrelinhas. Vive de uns 3 amores e os animais ainda estão no topo dos que mais sensibilizam. A estrada continua sendo a válvula de escape perfeita e a saudade o vilão mais famoso. Perde o sono, perde o juízo, perde a chance de ficar quieto. O hoje simplesmente irrita quando a força do hábito fala mais alto e ele resolve entrar em crise com o tempo. Não quer crescer, quer colo, quer voltar pro Pré da Tia Rose.O hoje é um incógnita previsível. Com sobra de falta de paciência e bunda grande. Que não sabe não ser tudo que é mesmo não sabendo exatamente o que seria. Com ele Deus fez tudo certo. Em especial quando resolveu jogá-lo aqui na versão mulher. Sabia que não daria certo em outro molde já que não tem saco nenhum. Está em constante e interminável processo de adaptação ao mundo. Sem muita ambição de sucesso quanto ao mesmo.
O hoje esses dias deu passos enormes em direção da normalidade. Daquilo que o mundo todo almeja. Um coração em paz, um trabalho que satisfaça e um bom lugar pra terminar um dia.
Como disse ele está bem diferente de ontem, o que pra esse caso vem a ser, muito melhor.

Fernanda Gava

domingo, 10 de maio de 2009

Às vezes me perguntam por que eu parei de escrever e nem eu mesma sei responder. Talvez eu saiba dizer a razão pela qual um dia eu tenha escrito.
Eu acredito que tudo foi fruto dessa nossa juventude, daquela prepotência sem intencionalidade de achar que se sabe de tudo. Que se é o mandante do mundo.
Eu realmente achava que era praticamente tudo uma questão de vontade. Que querer salvar o mundo e ser aquilo que se deseja era determinado por resistência. Eu duvidava que a vida fosse tão efêmera ou que certas coisas não fossem capazes de mudar. Eu não brincava quando citava a possibilidade de ser super herói, sobre ser um ser invencível.
Eu achei que o amor era somente uma questão de peito aberto e encontro. Falava dele com tanta simplicidade e conhecimento. Eu me fechava quanto ao fato das adversidades. Durante muito tempo eu fui crente até que dava de se viver dele. E diferente de tudo que hoje eu não sei, eu sei perfeitamente quando essa minha Síndrome de Afrodite foi para o espaço. Fragmentou-se, dissipou-se em questionamentos e receios que hoje podam cada frase direcionada a 3 pessoa.
Eu pensei com convicção que soubesse de tudo e ainda mais um pouquinho do restante. Eu nunca admiti a falta de fé, os incrédulos. Eu achava que éramos nós que estávamos no controle de tudo e só acreditava em destino quando esse pudesse ser favorável. Quando lá na frente ele nos colocasse potes de ouro, crianças fortes e coradas; curas de doenças e príncipes encantados.
Acreditava no tempo e na parceria que podíamos fazer com ele. Mas olha só o que hoje ele me traz, uma pele negativamente diferente e um mundo beirando ao caos. Trouxe consigo responsabilidades e a sua própria redução para que eu conseguisse resolvê-las. Eu bem disse que queria ser Peter Pan.
E quando eu também achei que entendia tudo sobre relacionamentos humanos e pessoas, as minhas vem, estragam tudo e então eu descubro que nem ao certo sei quem eu sou!
Então como se faz para escrever ou falar de algo que não se conhece? Que tem seus valores, princípios e costumes que não se enquadram com o que rodeia? Que até reluta cansada pra não perder a personalidade, mas que vem perdendo gradativamente as forças toda vez que a vida resolve sem aspectos de culpa lhe dizer não.
E o pior de toda a situação é presenciar esse ser estranho acostumando-se com a acomodação. É ver seu corpo encaixando-se ainda meio torto nesses novos moldes feitos de aceitação.
Ainda não dá para escrever sobre algo que não agrada. Enquanto isso eu vou vivendo até que passe. Volto, se encontrar minha identidade.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Se não fossem verídicas não seriam frases feitas e sim piadas.
Ela estava mais uma vez certa quando berrou da cozinha que ninguém morre de amor, que não havia nada melhor que um dia após o outro, o acordar, que o tempo sempre foi o melhor remédio.
Em meio a pernas entrelaçadas o "próximo passo" foi dado. E com todo o sucesso duvidoso, vem transformando-se em corrida. Corrida às pressas visto que tanto tempo já foi perdido.
Pra quem era aquela que nos joguinhos de escola, registrado em últimas folhas, casaria-se com 21
anos... é hora mesmo de seguir em frente e voar.
Notifiquem o destino que eu voltei pro jogo. Eu não deixei de acreditar, como era previsto. Apesar do histórico, de realmente aparentar que a história aqui seria uma velhinha solteirona, complicada, de tatuagens desbotadas e pêlo de gato nas roupas, eu ainda me sinto merecedora da tal casa de sala
agradável. Merecedora do marido chegando as 19 horas e peças de Legos espalhadas pelo chão.
Eu já caí e levantei tantas vezes que agora eu começo a economizar com as crises, antes mesmo que elas me deem câimbras. É assim quando a vida faz de ti uma espécie "Made in Taiwan" de Fênix.
Nada simples, mas nunca impossível.

Estar com você é como ter tudo e não ter nada. Em você eu encontro aquilo que mais preciso numa luta injusta contra o relógio. Porque hoje somos só raros momentos. Envolvidos de magia e desespero.
Ah meu amor, porque quando você levanta e eu vejo suas costas, tudo que era doce torna-se amargo. E eu vejo claramente em seus olhos a falta de disposição para mudar a situação.
Você não cansou só de mim e do nosso relacionamento tortuoso. Você cansou do que via no espelho.
Cansou de ter alcançado a perfeição e de tê-la perdido com a mesma facilidade. Cansou de ter sonhos alcançáveis. Cansou de ser alguémk regrado e que sofre como tantos outros. Você cansou da normalidade.
E por fim quem te fez assim fui eu. Que usei moldes ideais para satisfazer e dar continuidade aos meus sonhos rosas de príncipes encantados.
Veja só que ironia... Agora aqui estou eu te desejando ainda mais no momento em que transforma-se em vilão. Que me usas, me dobra, amacia e joga fora. Quando viras minha alma ao avesso sem dó, nem piedade.
Mas está tudo bem. Eu te entendo. Aceitar todas as culpas e visíveis falhas nunca foi tão fácil. Eu já não me importo em ser bruxa, monstro, um ser abominável desde que seja o teu.
Eu deixo tu brincares comigo, destruindo todos os meus conceitos feministas, até que eu não tenha mais joelhos para implorar. Até que minha tolerância vá para o saco.
Meu bem, ainda há tempo! Aproveite-se de mim e da minha momentêna falta de amor próprio. Os teus beijos vazios estão me preenchendo. Eu ainda estou fingindo acreditar nas tuas desculpas em não me atender. As tuas lágrimas maquiadas ainda me comovem. Ainda resta espaço pra você e resquícios de fé por aqui. Ainda desejo intensamente você, que afinal sabe, quando quero algo vou até o final.
E desculpa descobrir o teu segredo, mas eu sei que você também sabe que para nós nunca existirá o final.
Ele está salvo comigo. Eu prometo.

Eu sinto saudade dos planos utópicos, de dar sem receber, de receber sem nem ao menos merecer.
Das cartas apaixonadas, recheados de exagero. Dos sonhos minimalistas, com casa de cerquinha branca. De se ter um referencial, de me apaixonar sem conseguir medir. Da convicção no amor.
Saudade de acreditar que em 2 pode-se mudar o mundo. De travesseiros molhados por insegurança e medos da perda. De ser aquela mulherzinha clássica, de me alimentar de alguém.
Saudade do fogo e dos ciúmes. Da auto suficiência que se existe quando se está apaixonado. Saudade de querer criar dialetos quando "eu te amo" torna-se pouco e comum demais. De questionar se o meu muito, não está sendo pouco. Da fé em algumas instituições.
De crer piamente que posso encarar guerras e forcas por alguém que não seja eu.
Saudade de desconhecer o fato de que realmente sei andar sozinha. De depositar todas as certezas e sentidos da vida em outro. De não pensar primeiramente em mim. Saudade de um dos lados que desapareceu.
Saudade de quando eu acreditava que tudo podia ser pra sempre.
Saudade de alcançar as estrelas...

Passou 1, 2, 3 ... e nada da minha ansiedade.
Dia 17 e eis que surge ela atrasada.

Ano passado, nas proximidades da data, nos arredores do dia 28, tudo era MUITO diferente do que é hoje. E talvez nem Deus previa as tantas mudanças que minha vida faria. Os milhares de dilemas e confusões nos quais me meteria. Os rompantes que eu teria.
E eu realmente ainda não sei o que é o certo ou errado. Ainda não sei se caibo nesse mundo. Eu ainda não sei se tudo que fiz valeu a pena. Mas alguma coisa mudou, afinal esse será o primeiro aniversário em que eu aceito o número correspondente ao das velhinhas. E digo mais, com um sorriso no rosto. E resquícios de rugas.

De alguém nascido em 1985, que dessa vez faz juz aos seus 23 anos.

Como é bom sentir os velhos sabores de novo. Antes eu não apreciava direito, com cuidado.
Simplesmente colocava na boca e engolia, sem pensar se voltaria um dia a sentir aquele gosto. Era assim com o abacate amassado com açúcar, onde as atenções estavam todas voltadas para o Muppets Baby na televisão. Ou com as jabuticabas da Tia Gema, “saboreadas” junto com a água geladinha vinda direto do poço. E eu coloco aspas na ação porque as pobrezinhas eram simplesmente jogadas para dentro do estômago. Como se fossem simples remédios para a gripe.
Naquele passado eu estava mais preocupada em me pendurar no galho mais alto antes dos meninos, do que sentir a doçura das bolinhas pretas gigantescas. Assim como a preocupação sempre foi maior com o que dizia a respeito em descobrir a cara da babá do Caco e da Pig; do que em ver se eu não estava comendo o caroço do abacate.
Enfim, a questão aqui não é a salada de frutas. Digo antes que alguém me ache louca e ainda venha me explicar que tudo isso eu posso encontrar no setor frutífero de algo que chamam de supermercado.
O que sinto, e sinto muito, é que de fato a gente se acostuma a não sentir mais os gostos. Troca o abacate por qualquer frutinha sem graça e com menos gordura vegetal. Evita jabuticaba para não ter prisão de ventre, no meio de outras milhares de negociações infelizes. E o que começa na cozinha vai então se alastrando feito vírus e então tu te acostumas a não mais dar boa noite para os pais antes de ir deitar. Acostumas-te a não ter mais paixão no teu casamento. A perder sem lutar. Acostumas com o fato de trabalhar feito escravo e ganhar um salário meia-boca. Adapta-se com o estilo de vida medíocre que leva mesmo sabendo que tem potencial para algo melhor. Tu te acostumas com os preconceitos e com as barbáries do mundo, sem mais questionar ou derramar lágrimas. Tu te acostumas com o trânsito infernal e a ver crianças nas ruas. Jurou quando jovem que não se moldaria, mas hoje tu já te acostumaste a votar no político menos corrupto. Tu te acostumaste com o gosto do refrigerante light. Com trocar o macarrão caseiro da tua vó por fast-food. Com usar salto alto só pra parecer mais elegante. Com dar e não receber. Tu te acostumas a ter sempre a iniciativa quando a real vontade é não precisar fazer nada. Acostumas a levar sempre a culpa pra evitar discussão. Acostumas a engolir choro porque já cresceu. E a gente se acostuma com os dias passando cada vez mais rápido e com a velhice chegando.
Então quando o fim da linha chega, tu te tocas que estava funcionando em modo automático esse tempo todo. Aceitando, naturalizando, engolindo caroços e mais caroços. Tapando o sol com peneira e muito sal de fruta.
E eu não precisei ir para a cama de um hospital ou ter dias contados para perceber isso. Até porque esse não é um caso particular. Eu vejo o mundo todo fazendo uma corrida às cegas. Prendendo-se a coisas e situações sem sentido por convenção e comodismo. Vendo a vida passar sem ao menos passar a mão na bunda dela. Sem aproveitar o que de fato devemos e dá prazer. Simplesmente consentindo.
Eu vejo pessoas condicionadas e de mãos presas por chicletes.
E pensar que esse quadro pode mudar não é nenhuma utopia. Eu por exemplo, estou resgatando os tais velhos sabores. Porque eu realmente havia esquecido como era ser a prioridade de alguém, de como era o abraço de pai.
E agora eu quero comprar uma piscina de plástico com desenhos azuis de ondinha e comer picolé de mini-saia. E vou mergulhar nela como se esse fosse meu último mergulho, como se a água do planeta estivesse pra acabar amanhã. Quero chupar esse sorvete até sentir o gosto da madeira do palito, como se aquele sabor fosse uma edição limitada.
E aí sim, quando eu chegar no dia do meu juízo eu vou mandar que me levem porque aqui eu já fiz tudo o que pude e não pude.
Eu vou viver o que ainda posso intensamente, provando tudo quanto é tipo de fruta. Eu só vou concordar com aquilo que me convém, e na atual conjuntura, já não concordo mais com o tempo perdido e lamentação.
Eu estou indo ali escrever a melhor história.

Que eu me recorde foi a primeira vez que lamentei o fim de ano. Na hora de fazer a retrospectiva de 2007 eu percebi o quanto esse tal ano em especial havia sido generoso comigo. Tanto que no meio do foguetório perturbador de boas vindas ao ano novo, eu ainda tinha esperanças de que ele desistisse e fosse embora. Queria mesmo era me agarrar feito criança em lojas doces, nas pernas (?) de 2007 e não deixar ele partir.
Eu nunca simpatizei com os números ímpares , mas aquele 7 em especial poderia deixar para sempre! Claro, não foram 12 meses somente de alegrias e oba-oba. Eu talvez até conseguisse encher o "velho Chico" com a quantidade de lágrimas que também foram derramadas. Mas é aí então que vem a resposta de tanto apego.
Eu saí muito mais forte de todas as minhas freqüentes crises. De Janeiro a Dezembro eu tentei, com sucesso, transformar choro em força, questionamentos em soluções e tropeços em grandes saltos. Eu consegui largar mão de coisas que ingenuamente eu acreditei me fazerem bem.
A vida trouxe ainda alguns presentes de carne e osso que me apresentaram a parte de mim que eu desconhecia. A mesma também fortaleceu laços, desatou alguns que andavam frouxos e não seguravam nada. Ela também escreveu no meu dicionário intrínseco a palavra segurança. Tu podes, tu consegues, tu és capaz. As regrinhas básicas e batidas dos livrinhos de auto-ajuda que durante todos esses anos eu rejeitei.
Em 2007 eu fiquei gente grande e eu não sabia se ao abrir os olhos em 2008 eu ainda estaria.
O 2007 aqui foi só verão, e as pancadas de chuva duravam sempre muito pouco. Eu tinha medo que como filme bom ele acabasse ali, sentada com a minha bunda no sofá e gosto de quero mais. Os extras, as cenas cortadas, "conheça o elenco", e blábláblá não me supririam. E como eu nunca fui de querer pouco mesmo, dessa vez eu queria tudo de volta! Eu queria o MEU ano de volta! Férias surreais, descobertas, 1 milhão de sotaques, jogar todo o lixo fora, saber o que eu quero pro resto da vida, partir corações, reconstruir o meu, matar saudade, acertar os alvos, salvar 10 animais, crer em mim, aprender a gastar, dizer não, janeiro, fevereiro, março, abril, maio...
Eu esqueci mesmo que era só mais uma passagem no calendário, uma folha rasgada. São essas convenções, comemorações, cartões de créditos disfarçados de velhinhos gordos e coelhinho que sempre zoam com a minha cabeça. Esse ser desconhecido e nostálgico que habita o meu corpo quase que sem querer me cegava quanto ao fato de que eu não estava perdendo nada...
Sempre apostei nos pares! 2008 veio pra quebrar as minhas pernas. Sem rodeios, vamos a luta, deixando de lado as tradicionais manhas e as marcas de uma personalidade abalável, estou fazendo o que tinha que ser feito. E assumirei contas e riscos até o mês em que o Noel chegar com toda a
bagagem de 2007. Eu quero mesmo é me desafiar. Pegar todas as possíveis experiências aqui pra mim.
Não sou mais eu contra o tempo. Até 2010 eu talvez seja um super-herói.

Eu gosto de quando você sorri e de quando você fica sério. Gosto de quando ficamos em casa à toa sem nada pra fazer e de quando temos compromissos o dia todo. Eu gosto quando você usa suas regatas brancas e a camiseta preta.
Gosto de sua pele queimada no verão e dela e dela branquinha por baixo de moletons.
Eu gosto de assistir comédias e de alugar filmes de dramas quando é com você.
Eu gosto de te oferecer minhas frutas durante a semana e sair pra comer besteira no sábado à noite com você.
Gosto de ver você acordando e quando dorme o sono mais profundo.
Eu gosto do seu cabelo curto e ainda mais quando você deixa crescer.
Eu gosto de deixar você confuso e depois oferecer certezas.
Gosto de ver as mulheres te olhando e de como você olha só pra mim.
Eu gosto de da sua segurança e as carências que só eu conheço.
Gosto de quando faz piadinhas bobas e de quando faz planos para o futuro.
Eu gosto de ouvir tua voz no telefone e dela perto do meu ouvido.
Gosto do teu jeito independente e saber que você precisa de mim.
Eu gosto dos teus olhos escuros e deles mais claros no sol.
Gosto de você meu homem, de você meu menino.
Gosto de reconhecer tua força e ver também suas fraquezas.
Eu gosto de você quando está bêbado e de quando está sóbrio.
Gosto de te ouvir cantar e do teu silêncio.
Eu gosto quando andamos abraçados e quando você pisca para mim de longe.
Gosto quando vejo tuas mãos fortes no volante ou delas repousadas na minha coxa.
Eu gosto de todas as suas qualidades e de seus defeitos.
Eu gosto de você bem do jeitinho que você é e de quando se esforça para mudar.

Agora que está tão próximo eu vejo, ainda como que em um filme de época desgastado, esses tortuosos 6 anos. Eu vejo também como o ser humano é adaptável e sugestivo.
"Dói no início, depois acostuma" A frase que soava absurda, foi aos poucos sendo incorporada e no final realmente estamos acostumadas. Percebes como os tempos da colocação anterior estão confusos? Então eu acertei na hora de formular. Ela é bem apropriada pra expressar realmente o que foram esses 6 anos aqui. Tempos confusos! De dúvidas, medos, lugares vazios, questionamentos, saudade, arrependimentos, espera, esperança. E não teria como narrar, de nenhuma forma, os 2.190 dias em que tu não estavas presente. Nem nossos 3 olhares juntos irão te dizer.
Os aniversários perdidos, as fotos com o lugar desocupado, as nossas formaturas, as várias mudanças, a minha adolescência chata, os domingos sem almoços exorbitantes, os Natais apagados, meu 1° porre, a 2° cama vazia, todos os animais que aqui passaram, os namorados, os costumes deixados pra trás, a luta diária de uma mulher, nossas consquistas, nossas perdas e por consequência, todo o nosso amadurecimento. Nada disso alguém poderá contar. Nem aqueles que se ocuparam tão bem na função de especular, opinar e nunca estender uma mão.
Lembra da menina de uniforme? Ela já é mulher. Perdeu alguns quilinhos, cresceu, não largou os tênis e agora vai ser professora. Já tem noção da situação, quando a convém da uma de "Alice" e vai continuar precisando de ti pra matar os insetos voadores. A mais velha, a miss simpatia, só aperfeiçoou valores. Continua sendo a leonina teimosa que sempre foi. Não ganhou a mobilete, mas ganhou muita personalidade. Tem casa, carro, marido e muitos sapatos no armário. Acho que foi ela quem ocupou o lugar de homem quando fosses embora. E tu ainda vais precisar continuando dela pra ti fazer rir. Já aquela velha guerreira que te deu tchau naquele junho, é ainda maior. O olhar guarda um pouco de cansaço, talvez causado pela solidão, mas ela já nem fuma mais. Trocou o cigarro por força quando perdeu, sem desejar, o melhor amigo. Continua sendo o centro das atenções onde quer que vá e foi ela quem manteve as estruturas de tudo que vais ver por aqui. Sabe, ela não teve que exercer só o teu papel, não. Ter duas filhas mulheres e ainda geniosas como as tuas, pode servir como a penitência de um grande pecado. Precisa-se ser mãe, pai, médico, psiquiatra, bruxa e as vezes até se fazer de morta. Mas ela sempre deu conta dos recados. Dos teus, dos meus, dos nossos. Sempre caminhou junto, foi tua cúmplice e aquela que te deu segurança na hora de partir. Tu sempre soubesses que estavamos nas mãos mais fortes desse mundo. Que ela era a garantia de que quando tu voltasses as duas meninas estariam bem educadas, fortes, coradas e com o famoso laço rosa de tule na cabeça.
Mas será que foi essa certeza que te deixou demorar tanto então? Claro que não! Nunca culpamos os heróis. Nessa história injusta, em especial, todo o referencial de família, educação e persistência foi culpa dela. Que nos permitiu voar longe, sempre embaixo de sua capa. Que nos cedeu super-poderes para aguentar todas as malditas dificuldades que passamos. E não pense que estou te apagando desse processo! Graças a ti todo mundo aqui tornou-se mais forte e certamente não há situação que nos
derrube. O período serviu também pra mostrar que nós quatro, só temos a nós quatro.
Casa-se com estranho mesmo, mas o estranho acaba se tornando o pai dos teus filhos, com genes iguais àqueles da tua maior riqueza e essa conexão é pra sempre.
Minha mãe sempre disse: "haja o que houver, respeite sempre teu pai""teu pai é o melhor pai do mundo". E agora eu não sei ao certo se te amo tanto devido aos conselhos da minha mãe, ou se é porque dormisses comigo durante quase 16 anos da minha vida, quando monstros e ladrões moravam no meu quarto. Não sei se te acho realemnte o melhor pai do mundo por isso, ou porque nunca me deixasses faltar nada. Não que eu ache que telefonemas alternados na semana compensem a falta que tua figura fez bem na hora em que eu resolvi crescer, não. Mas o destino fez com que longos período tornem-se curtos pra mim. E no que diz respeito a proporção, vejo que os anos que temos pela frente somam muito mais que 6 anos. Tu vais estar nos 6 anos dos meus filhos, no meu aniversário de 6 anos de casada, quando eu pagar a 6 parcela da minha casa própria, e tu vais estar no próximo dia 6...
Eu não quero recuperar tempos perdidos, homem! Eu espero que agora possamos construir juntos novos tempos. Nós 4 e a certeza, nascida junto com muita saudade, de que somos invencíveis quando lutamos juntos. Tomara que tu te orgulhes do que hoje somos e que eu veja no teu semblante tudo aquilo que completa essa casa. Não como antigamente, mas como agora. Vai ser uma família só se legitíme depois de passar por certas situações, mesmo. Mas chega, acabaram as férias. Agora volta para o teu lugar... (continua.euodeioofotolog.com.br)

Eu andava tentando me preencher daquilo que só traz mais vazio.
Abastecendo-me do que desde o princípio eu sabia não fazer diferença nenhuma.
Tudo porque me deixei convencer que era melhor um pássaro na mão do que dois voando. E por algum tempo eu fui me desvencilhando da carapuça de sonhadora.
Deixando para trás o par de tênis surrado da cinderela, as meias coloridas da Alice e as tranças cheias de pontas duplas da Rapunzel. E pra quê?
Pra rasgar uma identidade, adequar-se a mulher do novo milênio...
Eu hoje, talvez só nesse exato meio-dia, estou me lixando para os avais que não recebi!
Lixando-me para todas essas malditas convenções que me mandam ser mais eu, ter mais amor próprio!
Aqui é tanto amor que tem pra próprio, pra próximo, semelhante, inimigo, alheio e pra uma micareta toda.
Desculpem- me os que não conseguem ver beleza na guerra! Mas eu prefiro tentar voar ao lado dos pássaros que estão no ar. Que me desafiam!
Antes mesmo de começar a deletar tais mãos e bocas, eu vou marcando o terreno do que nutre.
Destroe também; mas eu já disse que sinto o prazer na luta. Eu gosto dessas marcas e cicatrizes que provam que eu vivi.
E ninguém um dia poderá decifrar a minha próxima atitude. Trabalho em favor do meu coração. Desse inefável coração! Que incessantemente implora calor. Que pediu para que eu jamais me conformasse com simples trocas de favores. Com amizade, simpatia e comodidade.
Ele precisa de paixão para bombear todo o resto. E eu tô fazendo o que for preciso pelo frio na barriga.
Puxa a mala lá de cima.
Outra vez.

Sexy não é o decote mais ousado, mas sim as costas lisas que aparecem quase que sem querer. Tu não te tornas sexy, não se faz sexy. Não incorporas personagens na intenção de ser sexy. Não se compra certificados ou posturas sexy em lojas.
Sexy apesar do radical, nem sempre está relacionado ao sexo. Um pode vir a ser conseqüência do outro, mas não necessariamente. Ou nessa ordem.
Atitudes politicamente corretas são sexy. Vulgaridade não. Cueca branca sim. A camisola de algodão pode ser mais sexy do que a cinta liga. O cheiro da loção pós-barba, de roupa seca no sol e sabonete jonhson´s são mais sexy que músculos.
Apesar de a tua avó discordar, pêlos no peito não são sexy. Logo, Tony Ramos também não.
Mãos são sempre sexy, enquanto que o bumbum nem sempre. E só imaginar cada um deles sujo de graxa.
Olhos cerrados do sol, ou pela falta de vista mesmo são sexy. Timidez pode ser sexy. “Bom dia”, “Com licença”, boa educação é sexy. Unhas vermelhas, apesar da intenção e do senso comum, dificilmente são consideradas sexy pelos homens.
Bom humor é tão sexy quanto champagne. No entanto que sejam usados em horas certas e com moderação. Ninguém quer sair para jantar com um show humorístico, menos ainda com um membro do AA. E sim, nessas condições, os dois podem ser usados em parceria! E não, tu não precisas estar acompanhado para isso. Porque para ser sexy tu não precisas necessariamente de uma segunda pessoa, já que independência e liberdade lideram o ranking das “coisas” sexy.
E por mais que possa parecer contrária a colocação anterior, devo revelar que as suas mãos dadas com as de outra pessoa pode te deixar mais sexy para tantas outras pessoas. Porque o ser humano é assim mesmo, acha sexy o que não tem, o que não é palpável, o arriscado. Um tanto quanto deprimente, eu sei, mas é só colocares a mão na consciência para confirmar.
Um cara fazendo compras no supermercado, analisando valor calórico das coisas e levando um bom vinho em seu carrinho pode ser sexy. Esse mesmo homem fica ainda mais sexy quando tenta em vão ajeitar o cabelo da filha na porta da escola. E ele nem precisará ter todos os dentes pra isso. Porque as mulheres são assim, encantam-se com homens que tratam bem os animais, dão moedas para crianças em semáforos e não jogam lixo no chão. Não tente entender, apenas faça.
Particularmente, sexy são as atitudes que não têm a intenção de serem sexy. Não são as caras e bocas forçadas que se vêem em fotos. Começando pelas minhas, lógico.
Não são rendas e transparências. Nem a morena mais que a loira. Sexy é algo intrínseco. Que geralmente encontra-se em entrelinhas.
Claro, pode ser também Angelina Jolie e Justin Timberlake. Mas são também olhares, gestos simples e posturas diante da vida.
Sendo assim, desista de forçar a barra. Desencana do batom vermelho que não te cai bem. Ao menos que trabalhes no circo ou estejas tentando conquistar o Bozo. Todas aquelas fantasias que fazem da tua gaveta uma espécie de Guia de Profissões, tu podes até guardar para o próximo Hallowen. Doar para um grupo de teatro, bloco carnavalesco, tanto faz.
Eu sei que sonhas com as tuas havaianas encardidas todas as noites que optas pelo salto fino a fim de ficar mais sexy. Se tu soubesses como esses malditos sapatos tornam-se verdadeiras armas contra ti lá pelas 3 horas da manhã, quando já estás andando feito maratonista em final de prova. Segurando nas paredes, arrastando os dois pés com a cara sofrida, forjando um sorriso para o gatinho e dizendo: Que nada, bobo! Tô ótima, agüento até o sol raiar! Uhul!
Não, não! Isso não é sexy. Não mesmo.
Então preste atenção e veja bem como é simples...
Quantas vezes ele já não mencionou que ficas linda dormindo com a cara enterrada no travesseiro? Ou que aquele vestidindo surrado e manchado de Q-boa que tu fazes a faxina nos sábados é a roupa que deixa mais atraente?
E tu aí, já não ouvisses diversas vezes ela cochichar com as amigas ao telefone, enquanto tu lias o jornal, que te acha uma graça de óculos?
Ou então nunca percebeu a cara de boba que ela fica toda vez que lambes o pote do danoninho?
Então repito: Desista de forçar a barra. A naturalidade sai mais barata e te faz somar pontos. Não cansa e não traz nenhum tipo de frustração. E ainda assim, caso alguma coisa possa vir a dar errado, tu colocas toda a culpa nos teus pais e na educação que eles te deram.
A incessante busca termina aqui, quando descobres que o mais sexy de todos és tu sendo tu mesmo.
Quando optas por usar nenhum outro artifício que não seja a tua personalidade.

Dizer que durante esse tempo todo conseguia ver, mesmo que só o brilhinho, daquela tal luz no final do túnel seria uma mentira. Eu reconhecia o exagero do momento, das crises e dos "nunca mais", mas não via outro ângulo para a felicidade que não fosse aquele.
Até porque era realmente sensacional a cena vista daquele cume alto que eu havia criado. Com um pouco de esperança e zero amor próprio, cria-se de tudo.
No meu caso, montanhas de gelo que derretem com o passar dos meses. Até que tu sintas os dois pés tocando o chão.
O chão que é tão banal e que todos falam com tanto orgulho: "Enfim, fixei meus pés no chão!" Pois que grande bosta é pisar aqui. Eu prefiro as brasas, ou o gelo que seja.
Doeu demais chegar até esse fim da linha. E por mais que eu jé respire normalmente e a maioria dos nós na garganta já tenham se desamarrado, não sei se gosto do que vejo. Eu estou me adaptando! O coração anda batendo no mesmo ritmo há dias. E talvez eu precise mudar meu nome. É até­pico demais não me ver lutando, rindo sozinha ou chorando pelos cantos. O tempo simplesmente passa. O passado já não incomoda mais e nem o futuro causa dor no estômago. Não confundo nomes. Não deixo de comprar meu doce preferido, para comprar o outro que agrada. Todos os compromissos na agenda se referem apenas a mim. Eu puxo apenas a metade da colcha todos os dias e só tenho comprado coca light. Agora eu preciso de concentração para lembrar aquele teu cheiro. Não corro mais o risco de te ligar enganado, porque de fato esqueci o teu número.
Eu estou longe de ser quem eu sempre fui. Em um momento lúcido, imune dos meus grandes dramas. Vivendo paixões regradas e relações aparentemente saudáveis. Sem beijos que ardem e sem brigas que ferem.
Eu estou longe de ser o que sempre fui e muitos sabem o quanto é estranho me ver sendo envolvido por essa nova identidade tão comedida. É algo natural, eu sei e que esses "muitos" me previniram; iria chegar. Eu só precisava respeitar o meu tempo. Eu respeitei então o tempo, sem querer. A maior e mais resistente de todas as cicatrizes parece agora estar fechada. Estou tão estranha que nem ao menos sei o que sinto me sentindo assim. Assim normal.
Eu estou longe de ser o que sempre fui. No entanto ainda percebe-se a permanência dos tradicionais dilemas. Logo, nem toda essência foi perdida.
Em segredo então eu agradeço.

Eu acho que não quero mais gostar de você. Gostar de você tem se tornado uma tarefa difícil demais. Pode ser mesmo que minha falta de motivação tenha vindo com o pacote do ascendente que nem eu sei qual é.
Já parei pra pensar na hipótese de que a chata da história seja eu, mas você sabe muito bem que é muito mais simples colocar a culpa em você. Em você que é tão flexível, tão calmo, superior a tudo e que irá aceitar. E você compreende agora porque eu cansei de gostar de você? A tua forma perfeita, disciplina em tudo, suas atitudes tão bem planejadas e frases de efeito me frustram. É como viver na sombra. É feito um pássaro pousado no Cristo Redentor, ofuscado e sem aplausos. E não é só por não ter uma platéia. O fato é que tudo que vem de você me deixa impotente, sem reação. Todos os últimos farelos da minha história sobre ser bem resolvida foram varridos pelas suas características modelo. Eu quero gritar com você, chamar você de tudo, bater a porta do seu carro e não deixar você entrar, sem culpa nenhuma! Eu quero não conseguir contar nos dedos os teus defeitos. A minha ira é simplesmente você não me irritar. Por eu saber que eu vou sempre me render. E nem que eu fizesse aulas particulares eu conseguiria chegar aos teus pés. Nem passando mais três anos ao seu lado eu aprenderia tanto no que diz respeito a valores. Tornou-se mais fácil seguir em frente sozinha a ter que encarar toda essa sua beleza e boa educação.
Não quero mais me sentir a simples mortal que me sinto estando com você. Não quero mais me punir por não ser tão boa. Não quero mais esse desequilíbrio. Não quero mais te admirar tanto. Não quero mais ter certeza de todos os meus
defeitos.
Não quero mais gostar de você.

Não são rezas, simpatias, promessas, estrelas cadentes ou procura profissional.
São boas pessoas perfeitamente encaixadas em meus contextos.
Contextos inventados ou não. Que me apropriei de última hora. Que pra entrar as vezes é difícil, tanto quanto para sair.
E vai tornando-se um processo. Se um dia pensava 12, agora penso 4. Se nesses mesmo dia eu via muro alto, hoje remove-se tijolo por tijolo.
E sorrisos vão surgindo, e a gente se apaixona mais uma vez por vida. Por vidas.
Quando cai a noite, os olhos até insistem um pouco em ficarem abertos. É hora então de desligar a música que lembra cheiros antigos e saudosos momentos. É hora de olhar para o centro. Para o progresso que existe, assim como o domingo.
O sono chega com o sonho da formatação 100% concluída.
A oração é só aqui. Na parte em que se agradece e pede-se para que o bem estar matenha-se estável.
Mais uma vez, o beijo vai para os coadjuvantes e pro papel principal que não é meu.

Eu ainda te odeio.
E isso só me faz pensar no quanto um sentimento é capaz de resistir.
Eu ainda te odiar significa que nem por um dia eu deixei de pensar. Que o mais intenso dos meus sentimentos foi voltado a isso.
Eu te odiei do momento em que sumistes daqui, até a hora em que voltasses a me procurar.
E eu te odiei por me fazer sentir tanta a tua ausência.
Eu odeio o modo irritante de como tiras o meu sono. O modo como me traz instabilidade em dias de calmaria.
E eu odiei te perdoar, por uma, duas e até três vezes.
Odiei não conseguir rasgar tuas fotos, apagar os teus recados na secretária.
Odiei ainda mais precisar encarar a vida sem ti, dar passos cegos e até procurar outros caras.
Odeio ficar comparando pessoas a você e saber mesmo assim que ninguém fará comigo o que tu ainda fazes.
Odeio ver o relógio parado durante tempos em que nos afastamos.
Ter provas reais de que o destino vive a brincar conosco.
Ainda te odeio tanto.
E te odeio porque sei que não percebes que te odiar é o mais visível traço de que ainda te tenho em mim. De forma íntima e inabalável.
Eu te odeio por nunca ter conseguido te afogar das minhas memórias feitas minuciosamente pelos teus toques e trejeitos.
Odeio o fato de só tu não entenderes e, mesmo assim, a forma automática chego até ti em busca de respostas.
Odeio te conhecer tão bem e saber que pra ti as coisas não são assim.
Eu odeio ver os meus desejos sendo sufocados por prevenção, envoltos em dúvidas.
Eu te odeio, por levar um segundo para entrar e eternidade para sair da minha vida.
Eu odeio que seja você o dono da aquarela.
Eu odeio o jeito que me envolves.
Eu odeio te ver como solução.
Eu odeio o atraso que me causas e a rapidez com que me esqueces.
Eu odeio ter tanta certeza de que ainda te amo.

Eu nunca gostei de balanças mesmo. Mas vem sendo impressionante a dificuldade que encontro em colocar as coisas nela. Aquele artifício bobinho e que às vezes até funcionava de colocar de um lado o que é bom e do outro o que é ruim. Daí o lado mais pesado se releva. Dependendo do resultado em quilos, você junta tudo. Pesou o que era bom? Segue o ritmo, continua a caminhada. Pesou o ruim? Joga tudo no lixo, aniquila, dá beijotchau.
É fácil na teoria. Difícil é quando os quilos são referentes às chateações ou prazeres. Quando as
questões são de cunho emocional e o nome dessa feirinha maluca é a tua vida.
E todas as vezes que eu reuno os itens pra colocar no pratinho referente ao lado ruim, bate mais forte o lado esquerdo do peito e eu me vejo escondendo um monde de defeitos e problemas dentro da sacola. Sem nem ao menos pesar! E é um pesar mesmo. Porque a única que sai perdendo aqui sou eu. Levo pra casa um monte de coisas estragadas, podres e que todo mundo sabe que só presta se manter refrigerado. Tudo por medo! Presa a um passado que realmente foi lindo mas que está com o prazo de validade vencido. Que já não consegue alimentar sonhos, que deixa planos pra trás, desnutridos. Vou me enganando. Reconhecendo cada detalhe que provam que o fim é inevitável e
passando por ele às cegas. È a promoção do leve 4 esponjas e ganhe um sabão em pedra. Não vale a pena mas você finge que está fazendo um grande negócio. Mostra para as vizinhas orgulhosa mas se pergunta o que vai fazer com tanta esponja ao guardar no armário.
No meu caso, o que difere é o armário vazio. Sem entusiasmo, largado ao pó e sem cuidados.

Me vejam 10 kg de coragem, por favor?

Eu queria, pra variar, te falar um milhão de coisas que não vou conseguir. O fato é que eu evitei por muito tempo chegar até aqui. Mas eu sei e também não espero, tu nunca vais querer mudar. E talvez nem seja isso mesmo que salve a gente. Talvez seja isso só mais uma coisa pra eu poder apontar como vilão para esse nosso fim.
Eu acho que a gente foi deixando aos poucos de existir. Digo um eu e você juntos. Separados, muito pelo contrário, eu dei um salto e me sinto mil vezes mais madura do que quando nos encontramos. Tu, como já disse, nunca se sentiu tão bem e com a personalidade tão bem definida. E não é querer arranjar mais um culpado, mas talvez tenha sido também esse crescimento independente um do outro que fez com que nós nos afastássemos. A gente de certa forma deixou de precisar um do outro, dos carinhos, dos conselhos, do ombro amigo, da simples presença. A falta se tornou comum e a falta de iniciativa banal. A gente se acostumou com a falta de romantismo, com as conversas formais, com
dormir desgarrado, com andar separados, com o desvio dos olhares e os encontros cada vez menos freqüentes. Eu via que tu se desapaixonava por mim e não tinha entusiasmo para lutar contra. Eu te via levando uma vida paralela cada vez mais forte e não tinha coragem para ir contra algo que te dava tanto prazer. E ao invés de abrir teus olhos, mesmo convencionalmente, seres tu quem deveria reconhecer, poderia ter avisado que tu me perdias.
Eu segui teu exemplo e fui viver também. De uma vidinha vazia mesmo, mas que me fazia esquecer da dor que causava o teu descaso, que me fazia chegar em casa e dormir. Eu que sempre te tive como prioridade fui dando espaço a outras coisas para desbancar o amor que estava em primeiro lugar.
Porque você também nem no final das contas, quando o fogo já apagava, se deu ao trabalho de se ocupar com a gente. E eu imagino que nem agora, que estou te dando realmente adeus, tu venhas a se preocupar. È muito a tua cara, a cara do cara pelo qual fui apaixonada por esses anos. Mas que me submeteu a tornar-se uma mulher sem expectativas, que amava sozinha e não espera nada, além de uma explicação no fim do dia.
E eu falei que não ia procurar culpados mas fica difícil não procurar quando é necessário se desvincular, tendo um coração que ainda bate. Bate forte. Eu preciso provar a mim mesma que não dá mais, e essa é a melhor forma que eu encontrei. Então não espere e não se magoe e nem me chame de ingrata por eu não falar do tempo lindo que conseguimos manter juntos. Eu fraquejaria. Choraria da forma que tu mais odeia e continuaria a ser quem eu não quero mais ser. Enfim meu amor, essa é a minha carta de despedida. A que você não vai ler até o final e que só servirá de explicações a mim mesma.

Ainda com muito amor.

Se me virar do avesso quem sabe, mas está aí, tudo aquilo que um dia eu não vou dizer...um modo que eu espero um dia não sentir.

Eu cobri meu coração e joguei fora alguns dos meus sentimentos antes mesmo que eles trouxessem mais alguma dúvida.
É esse o mais novo e bem elaborado kit de salvamento, criado logicamente por mim.
E para evitar que venham citar o teor de ceticismo e frieza contida na estratégia eu apresento o outro lado da moeda. Todo o histórico vivido e que me fez chegar até aí.
São algumas porções de passos em falso. São situações e mais situações de dedicação jogadas no lixo. Foram esperas, idas e vindas, traições, contas telefônicas, ciúmes, falhas, mentiras, paciência, prazos, calmantes, choro, tempo. Enfim, todo o cápitulo 8, intitulado "relacionamentos amorosos", da minha auto biografia.
A minha doce tragédia que com muito esforço, hoje, não se cria mais aqui. As raízes foram arrancadas por calos muito bem desenvolvidos.
Mesmo ciente da minha vulnerabilidade diante do acaso, do destino, do futuro eu tomo a minha dose diária de prevenção quando me desprendo das expectativas de um grande e verdadeiro amor. Eu deixo o tema aí disponível para os grandes romancistas e músicos, enquanto na trilha sonora da minha vida eu controlo cada verso ou tom.
E se eu te falasse que a imagem no espelho não é a de uma pessoa amarga, você com certeza marcaria a opção "a", em que diz "afirmação falsa".
Eu continuo a viver com paixão, no entanto com muito mais equilíbrio nessa nova composição.
Eu continuo achando algumas pessoas interessantes, porém não fico mais idealizando a performance delas na minha vida.
Eu continuo tendo a certeza de que quero dividir a minha velhice com alguém especial, mas até então eu acho perfeita a forma como me ajeito sozinha naquela cama de casal.
A definição do que é o amor, hoje, pra mim, sofreu grandes trasnformações. Já não perco mais tanto tempo em prol dele e menos ainda engulo sapos, jacarés e até os grandes dinossauros pelo receio de ficar pra titia.
Eu não me tornei um ser independente do calor, dos carinhos, daquilo que possa pareçer romântico, eu simplesmente parei de agir com tanta devoção.
Estou aí no campo. Exposta e aberta. Mas também atenta e com quantos pés no chão forem precisos, nem que pra isso eu precise utilizar os teus.
Agora eu consigo trabalhar com a idéia de que as "coisas" podem e talvez até devam ter o seu tempo determinado. E que EU sim, preciso viver feliz pra sempre, até que a morte ME separe.
Logo, não precisas desistir da idéia de tentar me seduzir. Mas cuidado para não se apaixonar. Você pode não fazer parte dos meus planos naquele momento. Esteja certo de que quer encarar. O relacionamento que tenho comigo mesma agora é algo inabalável. Você precisará de muita força.
Boa sorte!

Às vezes eu acabo concordando que na minha certidão de nascimento deveria mesmo estar escrito OZ, ou que seja, Terra do Nunca. Onde foram parar meus quase 22 anos?
É feito tempo parado mas nunca perdido. É toda vez olhar para trás e achar realmente que a última festa foi a de 15. São os 6 anos sem meu pai por perto nunca terem acontecido. Foi ontem, eu de uniforme azul embaixo do meu prédio, que ele pegou a mala, entortou a boca e disse pra gente ser forte.
E eu nem sei se essa síndrome de Peter Pan me incomoda.
Pelo menos foi desse meu jeito atípico que camuflei as esperas mais longas e cruéis da minha vida. Vai ver foi esse o meu mecanismo utilizado para que tudo doesse menos e por menos tempo. Pra manter ainda disposto o coração.
O que de fato perturba é ter ainda a sensibilidade de uma criança. E o pior, junto de uma bagagem e a visão real do que é o mundo hoje.
Eu sofro demais com os animais abandonados e tenho a infeliz consciência de que salvar um só não irá resolver.
Eu simplesmente não me contextualizei na matéria de cegar certos sentimentos que a modernidade tanto exigiu. Pra mim é complicado entender que esmola não se dá e que grande parte da sociedade hoje não tem as mesmas chances que eu. E que palavra ridícula é essa chamada de sociedade!
Talvez eu tenha estagnado no tempo pelo fato de que sendo criança eu era maior que tudo. E eu podia salvar o mundo salavando a asa de um passarinho. E eu podia também dormir em paz dividindo apenas o saco de pipoca com o "menino de rua". E era mais fácil quando eu não entendia o porquê de tanta gente dormir na rua em dias que faziam tanto frio.
Com 22 anos eu acho horrível o meu discernimento. E não sei ainda e o difícil é crescer ou compreeender.
Então eu prefiro ficar assim, a banalizar o que pra mim não é aceitável. E recuso-me a ler em jornais e noticiários casos de homicídios, balas perdidas e miséria como se fossem meros classificados.
É sim a recusa pelos meus dias, pelo meus tempo, dessa minha infeliz história.
Que se danem os meus testes psicológicos! Eu vou estar na casa dos 60 com os mesmos fortes traços de infantilidade, desenhando botões coloridos em blusas e me sentindo insegura diante de um mundo em que sou uma estranha.
E que Deus me permita permanecer estranha em um mundo que se tornou tão estranho.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Atá houve algumas tentativas de minha parte. Faltam números para falar de todas as vezes em que engoli em seco os desaforos e atos que um dia desaprovei. Eu vi minha personalidade, um de meus únicos troféus, virar pó.
E eu tenho certeza de que todas as culpas são minhas. Eu não quis desistir. Não aceitei a ideía de meio castelo ser desperdiçado. Fui só eu quem aceitou a condição de não ser a tua prioridade. Por menos avisos que tiveram pregados em paredes, você me deixou pistas desde o início de se seria assim. Você em seu mundo. Eu com minha fantasia de que tudo poderia mudar. Você dizendo que me amava e eu fingindo que acreditava. Que as palavras bastavam.
Foi mesmo o tempo que me cegou. E foi por comodidade que permaneci. Não a financeira que sustenta milhões de casamentos. Não por nossos filhos que precisam de um referencial. Não por ter o seu nome carimbado em minha identidade.
Eu simplesmente transformei meu coração em um ser atrofiado. Sem ousadia e que se contenta em ouvir um eu te amo em datas festivas. Que não se importa mais em dormir com pés gelados e costas batendo em costas. Estou criando há 25 anos um coração acomodado.
A solidão e a idiferença tornaram-se com o tempo tão comum quanto a marca da aliança. Quanto minha solidão nas sextas-feiras.
Paixão e entusiasmo foram esquecidos como a nossa casa de praia, que recebe aparos apenas nas temporadas. Um cotidiano foi nascendo para ser seguido 365 dias consecutivos. E as promessas, beijos trocados todos os finais de ano duram tanto quanto uma garrafa de champagne. E foi dessa forma, com nossos sorrisos de plástico e filhos bem educados que convencemos vizinhos e parentes de que somos um casal feliz. Que uma bela casa, uma conta bancária de saldo positivo e restaurante caros aos finais de semana, são o bastante para manter um casamento estável. E até você foi convencido pela teoria. Teve todos os seus sonos profundos durante esses anos que dormiu ao meu lado.
Mas vocês estão mesmo certos ao relacionar tudo isso a estabilidade. Tola mesmo sou eu em perceber aos 40 anos que estabilidade não completa ninguém. Que tudo que você me deu foram supérfluos e não podiam me fazer feliz. Que esse casamento não me envolveu nem por um segundo e que falta fez o gosto do risco, do medo de perder e dos ciúmes bobos.
O caos começou foi agora com amaturidade e não quando eu disse sim pra você em frente à um padre. E a culpa realmente é toda minha.

Eu não sei ao certo porque isso vem me intrigando e mantendo meus olhos arregalados todos os dias ao dormir. Independente de prover da criação, ou da própria personalidade eu vivi 21 anos sendo assim. Não tinha porque me rebelar por algo que estava incorporado e o qual eu já havia me acostumado. Tão normal, que até as suas conseqüências eram aceitas. Eu já nem cobrava mais. Nem de mim, nem de terceiros.
Assim como lavar o rosto pela manhã, eu seguia acreditando nas pessoas. Se duvidar, senão mais banal.
Por achar fantástico o relacionamento humano, qualquer nova pessoa conhecida, automaticamente uma nova amizade. Entrega e carinho já fazia parte do pacote, sem adicionais. E fui dando cara, perna, braço e coração à tapa. Mesmo destruída e com cicatrizes ainda abertas, fui aceitando desafios. “Opa, pode entrar.” Sem esperar algum retorno, inconscientemente eu fui esquecendo do que foi aprendido sobre reciprocidade.
E não é que agora eu vá ficar só, até porque eu não acredito que a solidão dê certo. Mas digamos que foi aberta a temporada do auto questionamento e a boa nova é seleção. Parece-me apropriado iniciar o ano tomando essa atitude. É feito limpar o armário: o que é bom e ainda serve, fica.
É o momento certo para administrar quem terá o prazer e principalmente potencial para receber os meus cuidados.
E não é marketing, não. Mas se existe algo em que me tornei phd, foi na meteria dos ursinhos carinhosos. “Seja boazinha, trate com carinho e te submetas”.
Um breve comercial então.
Eu vou doar pra também receber. Caridade eu estou fazendo pra quem precisa. Não quero mais brincar dessa chatice de preocupação em vão. Parceria então, agora é objeto para colecionador.
Durante todos esses anos ninguém nem ao menos ressarciu meus analgésicos! E quem soube valorizar já nem deve mais estar me lendo. E sabe que eu manifesto um “obrigada senhor” todas as noites.
Agora ao restante, nem uma segunda chance. Eu estou ouvindo uma cabeça que enfim voltou a funcionar e dormindo em paz outra vez. Todos o peso morto adquirido em anos está à um passo de ser liquidado.
Façam as malas, meu signo mudou.

Eu ouvi dizer que o melhor de nós são clichês. E logicamente eu assinei embaixo.
Por mais que a gente costume criticar os clichês, sempre vamos de encontro a eles.
Seja o amor, seja a arte, seja até a própria imaginação. Ou tu consegues pensar em algo que seja exatamente novo?
Na intenção de impressionar quem gostamos utilizamos velhas poesias, canções já ouvidas, batidas e que fazem parte do repertório de consquista há muitos anos. " Eu sei que vou te amar, por toda minha vida... "
Imitamos cenas de filmes, nos inspiramos em contos, nos livros.
Praticamente tudo já foi pensado. A moda, por exemplo. Observe as vitrines hoje. São bolinhas, listras, nada que não nos arremese direto aos anos 60. Ou que seja, ao maleiro da tua mãe.
E eu aposto minhas moedas, que nem por isso tu não irás dizer: "Nossa, a coleção dessa estação está linda. "
E tu vais desejar aquele vestido vermelho com branco rodadinho e as pulseiras plásticas coloridas. Vai achar que a "nova" moda está toda criativa, bloqueando assim aquela parte do teu subconsciente que diz que as prateleiras das lojas hoje são cópias perfeitas do seu armário de ontem.
A mesma coisa a música. Você não levará um susto se perceber um CD da Jovem Guarda em meio aos "Psy Trance" (independete de tu saberes que diabo seja esse cidadão de nome estranho, mas supõe que seja um bom músico devido a quantidade de discos que "ele" já lançou) do teu filho.
Menos ainda pensará que voltou no tempo ao flagrar o mesmo fazendo uns passinho ridículos no meio da sala no ritmo de um yeah, yeah, yeah.
Tu já te acostumou com essas retomadas. E particularmente acha tudo isso uma delícia.
A moda é velha e conservou seu glamour. A jovem guarda fez sucesso e continua sendo apreciada.
Para EU TE AMO a mesma conclusão. A frase aí não vai sair de moda. Ninguém dirá que amor hoje está mais que demodê. Seja ela em, francês, italiano ou inglês. O fato é inegável. Entra ano e sai ano, o amor está ali. Nas menores causas. No recado brega de batom escrito no espelho. Vestindo, despindo, soando, arrepiando, fazendo arte, história, dramas, sendo o único imortal e até matando.
Não é mesmo uma questão de banalização. É combustível. É necessidade. Simplesmente não existe viver sem.
O amor sem dúvida é o que há de melhor em nós. Em todos nós, acredite.

Ardendo. Jogando pra fora. E por fim, criticando tudo aquilo que no seu mais íntimo pensamento você reconhece que possivelmente não ousaria.
Eu não quero julgar, acredite. Não concordo com as regras de Amurai. Isso pra mim é coisa primitiva. Onde diálogos e palavras não podiam ser compreendidos.
E eu poderia até mandar uma carta sendo você o destinatário, perguntando pessoalmente qual seria o seu problema. Mas sabemos que isso nunca seria possível quando o nosso endereçado é um fantasma que, com certeza, esconde-se por saber que sua vida também não é perfeita. Por ter certeza que comete erros, tem milhares de defeitos e também sofre. Mas que muitas vezes esquece que não é muito diferente de mim.
Talvez seja esse o real motivo de tanta raiva. Afinal você entende, a vida já mostrou pra você que não podemos ser invencíveis. Alguém precisa dividir essa dor com você. Mais do que isso, precisa sentir.
Então eu estou aqui. Pregando por aí que a vida pode ser legal, que temos muito que viver, não demonstrando medos ou grandes problemas.
Pois bem, você conseguiu. Eu senti. Doeu ler o que não é verdade, ver que sou vulnerável e que nem tudo o que fiz deu certo.
Mas lamento você falhou em um aspecto. É aqui que a gente difere-se e você se frustra: eu assumi não ser de ferro e escrevi meu nome no final do testemunho.
Você precisa alcançar mais uma fase.

Pó.

E ninguém no mundo sentirá contigo as agulhadas mais fortes que a vida lhe der.
No teu quarto escuro, com dentes cerrados, porta e coração fechados ninguém irá entrar.
Na calçada mais estreita da cidade onde milhões de pessoas esbarram-se diariamente, ninguém perceberá tua presença.
Quando deres o grito mais alto por socorro perderás o som no teu próprio vazio. Não serás ouvido.
Causa e conseqüência. Fosses responsável pelos teus atos e colherás o fruto do teu fracasso. Não dedicastes nem um décimo de teu prezado tempo com o que realmente era importante.
Tarde demais, eu anuncio.
As chaves estão sobre a mesa. O Spike eu levei comigo, como prova da única coisa com algum valor que tivemos juntos.
As noites de choro em silêncio, onde me afogava em soluços baixos para não te atrapalhar também se foram.
E seria cômico se não fosse trágico, mas nessa situação somente quem se atrapalhou fui eu. Dedicação, sangue e sentimentos dobraram a esquina mais próxima para nunca mais voltar.
O bom senso foi deixado pra trás quando me dei conta que a única experiência adquirida foi a de cobaia de um relacionamento fadado ao pó.
Não direi as minhas amigas que estou saindo de cabeça erguida, renovada, que já não sinto.
Entenda que estou te deixando para me reconstruir.
Para juntar cada um dos cacos que deixei pra trás nesses sete anos ao teu lado.
As minhas marcas são mais notáveis que a tua possível indiferença.
E assim como me enganei com certas coisas, com a mudança e com um segundo tempo, lamento, tu também te enganastes. Errou quando disse que eu era forte e um ser admirável.
Nesse segundo em que fecho a porta em lágrimas e tendo a certeza do meu egoísmo, contrario esse meu tal perfil criado por ti...
Pois que se formem calos por tanto ajoelhar em prece para que tu dessa vez sintas.
Realmentsmo longe do pé.
Eu não sou tão extremista à toa.
Com ela também é assim: Ame (como se fosse o último dia da tua vida) ou deixe (PARA SEMPRE!).

Sentiram saudade? Bom, eu não.

Conclusão: Podem me dar o prêmio de A mais feliz do Mundo.
Não tenho MESMO vontade de voltar. Ainda mais com a temperatura caindo e meus pés insistindo em não esquentar.
Já que ele sabe como cuidar deles e de mim, eu continuo adiando a volta. Ainda agora, com os feriados esgotados.
Dizem que a sorte de eles caírem em dias estratégicos como os desse ano, só se repetirá em 2017. Vou estudar a hipótese de ficar aqui até lá...

Tá certo, amanhã eu retorno.
Sem graça.


Eu desejo que a próxima chuva traga em sua composição água sanitária.
Que trouxesse consigo o mais puro branco. Que caísse com peso nos ombros da consciência limpa.
E o nosso próximo banho de chuva seria lindo, revelador...
Não só borraria maquiagens tão bem elaboradas, nem somente carregaria toda a sujeira da rua. E dessa vez não adiantará correr para debaixo das marquises, menos ainda armar guarda-chuva.
Água sanitária também corroe, desgasta, amarela.
Pergunte a tua mãe, pelo menos 1/3 do produto geralmente é usado para amenizar o problema com os panos mais velhos e sujos.
E particularmente, entre alvejante e o amaciante, eu fico com o primeiro. Amaciantes são superficiais do resultado ao nome. Não me convencem com seus adoráveis tons pastéis.
Eu gosto da transparência, sempre gostei.
Então não adianta bater na minha porta com os mais modernos e surpreendentes produtos de limpeza. Eu optei há tempos pelo antigo, por esse que ainda não me deixou na mão.

Não, imagine. Não estou fazendo conotações, metáforas e nem qualquer coisa do nível.

Estou apenas te dando alguns conselhos domésticos.
É mais a minha cara, certo?

Vá fundo, até a raiz da sujeira.

Não é segredo nenhum a minha paixão pelo tempo. Carrego uma admiração grande e contrária a regra, uma vontade incontrolável de submetê-lo a mim. Fazer de um mês brincadeira e de certas horas história. Sejam as histórias de livros e lousas ou aquelas secretas do meu diário.
O tempo deveria mesmo era ser estrela da novela das 6. Sem necessidades de dublês. Fernandinha Montenegro no chinelo.
Ou seria um engano meu achar que somente o tempo carrega um repertório tão diversificado de papéis? É tempo de mudança, tempo de recomeçar, tempos de crise, de vacas magras, tempo para o balanço final, tempo de pensar, tempo, TEMPO.
Quantos foram os personagens que o teu tempo "encenou" no último ano? Um script para cada mês que se passou, autores diferentes para preencher o teu currículo, memória e na pior das hipóteses, o coração.
Sem exigir cachê e menos ainda com caráter benecifente, atuar para o tempo não necessita de aval. Aquela coisa toda de imediato, do quando menos se espera, da caixinha de surpresa. Caixa grega de surpresa ou simplesmente de mola com palahcinho clichê pulando pra fora, daqueles mesmo que só se vê em desenhos. Então previna-se. De acordo com a tal persistente lei de Murphy, ou simplesmente para te trazer rugas, esqueça o palhaço vermelho.
Viva, deixe o relógio rodar e não perca o "ator" de vista. Desfrute e escole-se.
Simplesmente entenda que todas as câmeras, na verdade, sempre estiveram focadas em ti.
Estou aqui e esse tempo agora é meu. Sou eu quem distribuo os autógrafos.

Talvez fosse pretensão minha achar que dominava tão bem a vida. Alguns dos meus melhores conceitos foram derrubados por ninguém menos do que a própria autora. Não me sinto tão forte e menos ainda completamente madura. O que de fato melhorou dentre os sentidos foi a visão. Eu vomitava valores mundo afora esquecendo dos meus mais importantes. Não basta pregar.
Havia esquecido por um significante período que os meus mais valiosos tesouros estavam aqui, nos quartos ao lado. A mira, por exemplo, andava péssima. Aquela velha história de direcionar “coisas” e ser devota “daquilo” que não merece. Já não brilha mais. E por falar em brilho, eu também já fui estrela. Durante certo tempo foi bom ser uma estrela. Até que suguem toda tua luz é bom ser estrela. E como estrelas não choram, eu preferi ser gente.
Eu decidi mudar e ver de outra posição aquele mundo que eu já tinha visto. Eu resolvi pisar fundo nele. E mesmo um pouco perdida, acredito que esteja me saindo bem. Muitas coisas tornaram-se mais saudáveis e estáveis, principalmente em matéria de relacionamentos humanos. O mundo real é o que me satisfaz. O contato, o olho no olho, um abraço, assistir o pôr do sol, um café forte pela manhã... Foram essas coisas tão aparentemente banais que criaram os meus melhores momentos. Não desmerecendo a eficiência dos protagonistas, é claro.
Em outras vidas eu fui um pêndulo. Tradicionalmente, eu pareço uma idosa. O convívio excessivo com qualquer coisa me faz ter surtos terríveis de abuso. Seja com o controle remoto, com um parente, algum professor e até com os pobres gatinhos lá de casa, E foi através desse meu transtorno bi-polar que eu descobri que quero casar. Percebi que “no meio de tanta gente chata e sem nenhuma graça” alguém foge totalmente a essa regra.
Durante boa parte do tempo eu vivo em harmonia com o passado. Em boa parte do tempo eu conto dias. Em boa parte do tempo eu desisto. Na boa parte do tempo eu simplesmente vivo. E a grande diferença é que hoje eu faço isso com vontade e sorrisos. É emocionante começar o dia indo com sede ao pote, almejando o melhor. E o manual diz, não deseje só para si. Condição difícil essa, mas que conta bastante na rodada final.
Como há 20 anos eu continuo sendo uma tola. Sentando na calçada com os totózinhos, enjoando ao andar de ônibus, com uma certa pré-disposição ao drama, achando que certas coisas só acontecem comigo mesmo. De uma forma significante, se falarmos em números, hoje eu confio em pouquíssimas pessoas. E não lamentem por isso, por Deus! Eu confio em mim e isso talvez já bastasse. Porém eu sei, não somos auto-suficientes. Então por isso( e outros milhares de motivos) Dona Vera, dure anos. Se possível seja o meu highlander.
Vocês agora esperam o balanço em relação ao coração, certo? E eu só posso dizer que balanço não seria uma palavra apropriada agora. Nunca vi o bichinho tão sossegado, como se tudo estivesse em seu devido lugar e ainda fosse primavera. Uma calmaria que chegou pra ficar há seis meses.
Eu já gosto do tempo. Na verdade hoje eu abuso dele. Quando desejo, posso pará-lo. Quando eu menos espero, ele já era. É só olhar para os lados, já é fim de ano.

Os meus 365 dias que se vão deixando as mais visíveis marcas de aprendizado.

Certas horas eu tenho realmente vontade de largar mão do mundo e antes ainda,das pessoas.
Faço um tremendo esforço para ainda acreditar na raça humana. Diariamente, em casa, na rua e até sozinha me deparo com posturas nunca antes aceitáveis. E eu até digo sozinha por me incluir, sim.
Definitivamete eu não me familiarizo com hipocresia e não mereço ser canonizada. Mesmo que eu não costume jogar lixo no chão ou nunca tenha roubado nada, em certas ocasiões o ambiente e algumas cirscunstâncias já me fizeram ser uma má menina.
Eu procuro sempre colocar em prática os valores que rigorosamente me foram passados, sejam pelos meus pais ao longo dos anos, adquiridos na escola ou até nas remotas vezes em que fui à missa. Índole e caráter são aspectos que prezo pra qualquer pessoa que cruze o meu caminho e deseje fazer parte dele diretamente. No entanto antes de cobranças eu procuro a prática. Desenvolvo esses dois critérios básicos de "bom cidadão" nas minhas menores atitudes.
Continuo assim, de forma considerável, passando alguns kilômetros longe do título de santa. A minha mente pode se tornar um esgoto se eu não tomar os devidos cuidados. Mas eu experimento me espelhar nos poucos. Acho até que se colocarmos todos em uma escala, certamente eu estaria bem colocada. É só utilizar o filtro, lembra?
Somente vinte aninhos de vivência e tive a honra de me deparar com as piores personalidades. Biporales, falsas, desgarradas, doentias, mentirosas, do mal... Do tipo que poderiam até virar mitos.
E sabe, não é por engano que coloco honra na frase anterior. Acho realmente que tenho sorte de já tão cedo ser capaz de dicernir comportamentos, seja por meio de olhares, uma conversa ou talvez pelo tempo.
Ironicamente foi a equipe preta quem me passou essa tática. A cada tombo dado e cara quebrada, uma nova lição. Até que a cartilha terminou.
Sendo assim, flores e medalhas para todas as exceções. Porque eu sei que elas existem.

Apesar de ser o grande tema de livros, poesias e depressões o amor não pode ser discutido.
Pra ele não existem especialistas. Não depende de vivências e casos passados. Para o amor não existe imunidade.
Durante toda a história da humanidade busca-se tal fórmula. Não seria pra menos, já que somente ele teve a força necessária para destruir reinados e formular guerras.
Uma fórmula capaz de curar corações quebrados e de trazer os pés de volta ao chão. A retomada da razão.
O amor é antagônico. O amor não tem posição. É um sentimento incapaz de carregar preconceitos.
Mas mesmo assim o amor não é pra qualquer um. Ele sempre exigiu corações abertos e doação. Amor depende de entrega.
Poderia ser aquela entrega a domicílio, onde o par perfeito era entregue na porta de casa com um laço vermelho na cabeça. Para outros casos, os de urgência e solidão, uma entrega express.
E se o amor conseguisse ser um pouco superficial, ele estaria ali, na esquina para locação."Os lançamentos deverão ser entregues em 24 horas."
Porém nada é tão simples. E eu agradeço por não ser. Agradeças tu também por, lá nofundo, ter a certeza de que o amor ainda é um sentimento muito nobre.
E sinceramente, procure perceber, é ele quem evita o fim dos dias.
O amor de todas as áreas e expresso nas menores causas.
Eu deixei que ele me envolvesse...

São poucas linhas...
Assim como foram "poucos" dias. Dias simples, curtos, dias juntos que pareciam durar menos de 10 horas. Eu imploraria por mais, eu me estenderia se não fossem as responsabilidades da vida real me podando. Tu dabes disso. A gente percebe a diferença na nossa história em relação a tudo que existe. A gente constroe juntos essa nossa estrutura de base forte.
É respeito, é amizade, são ouvidos, confiança e antes de de tudo esse amor.
Eu poderia ter deixado de acreditar. O mundo talvez tivesse tentado me fazer desistir das pessoas. E então "eu" te encontro, me epaixono, crio metas e sorrio a cada segundo em que lembro-me que te tenho. Tu que chegastes pra me trazer vida e me ensinar a ser mais viva.
Ainda que seja difícil voltar deixando pedaço de mim aí, o conteúdo das lágrimas hoje é só de felicidade. É o resultado da melhor fase da minha vida que leva como maior culpado a tua pessoa. É o resultado de um coração agora completo e sossegado. INABALÁVEL. Resultado da certeza de que pra sempre estarei ao teu lado.
A gente corre agora...
E pede pro tempo correr também, como de costume. Pede também para o dinheiro aumentar e os pais entenderem.
Eu queria cama box e chuveiro duplo. Deitar no "subaco" todas as noites e pedir mais suco, se possível pra ontem.
Vamos acelerar os planos beibe, porque a vida longe de ti já não faz sentido nenhum.
São três meses de namoro, um mês de (literalmente) "grude" e praticamente zero desentendimentos. Certa vez eu duvidei de relacionamentos perfeitos.
Melhor eu fechar minha boca da próxima vez.
Fechar olhos, boca e te beijar para sentir mais uma vez o mesmo arrepio sentido da primeira vez. A tendência é essa! Permanece a magia e alcançamos a maturidade. Eu e tu, sendo os únicos a saberem bem tudo o que se passa aqui.

Saudades demais já...

Não sei a razão pra eu ter um cartão de memória tão grande. Já estou há mais de uma semana fora de casa e a câmera continua ali, intacta. A não ser pelas fotos que registraram algumas das bizarrices ocorridas no Durvas, final de semana passado.
É engraçado olhar pra trás e lembrar que pra tudo eu precisava de uma câmera fotográfica. Hoje os momentos, os milhares de momentos, os mais simples momentos são tão bem registrados na memória. Na minha e na dele. Como já disse, na memória, no coração, em cada parte do corpo.
É surpreendente como eu passei a precisar de só uma coisa pra me sentir bem.
Vai ver seja isso o amadurecimento.

Eu te amo e sigo te amando. Eu tinha certeza do teu caráter admirável, da tua índole e da tua GARRA pra tudo, quando te "conheci". Mas admito que só fui reconhecer que eras o homem da minha vida, aquele que eu escolheria pra passar a vida inteira comigo, quando cedesses um pedaço do teu coração. Quando deixastes essa armadura romper um pouquinho e me desses o teu voto de confiança. E é por esse pedaço dele que estou aqui, pra superar até mesmo o caos. É por ele que tiro forças para ser a melhor. E foi quando entrei nele que entreguei o meu a ti. Com exclusividade e sem medo de erros. Porque eu sei amor, que és tu.

Eu já disse, cada passo dado é por ti. Cada ação e movimento é na intenção de que tudo dê certo.
Nessa história só contracenam três personagens, eu, tu e a felicidade.

Sem recorrer aos tabuleiros para lembrar disso, fale com Anthony Kieds.
Se não se importarem, ou mesmo que se importem, aqui vou eu brincar de ser do contra. Quero implicar mais uma vez (nem primeira e menos ainda última) com o que já foi estabelecido. (Por quem? Por quem? Por quem?)
Tá, eu tenho certeza que ainda levarei uma surra feia do senso comum. Ou do grupo de "especialistas em xadrez", se é que isso existe.
Tudo bem, que Deus e o esquadrão das ovelhinhas negras me protejam sendo assim.

Se queres me ver quebrando a cara, me prove. Mas me prove literalmente! Não no sentido gastronômico ou sexual, que esteja claro. Digamos que eu estarei disposta a ser o teu objeto de estudo.
Sabe o que é? A regra acima AQUI não obteve cabimento. Nem aqui e nem nas três gerações passadas. Vai ver seja pelo fato de eu vir de um time de rainhas flexíveis. Rainhas que fizeram hidratante da lama encontrada no fundo do poço. SIM! Aquele mesmo poço com molas. E viu só como ele tinha mesmo?
Rainhas com força de um exército todo e capazes do que pra ti, pode ser impossível.
E eu não falo só de repartiçoes de pães, de uma xícara só de arroz para o almoço de família aos domingos. E nem somente de sorrisos altamente convincentes que disfarçam o cansaço. Falo das mulheres coroadas e bem resolvidas. Que não se escondem atrás de imagens, mas de muito bem com o espelho.
Eu falo dessa realidade.
E tá vendo o histórico aí? Serve de aviso prévio.
Muito cuidado ao enfrentar alguma dessas rainhas.
Se não demonstram fraquezas é porque simplesmente não possuem.
Se uma delas se render, não dê as costas tão rapidamente.

Rainhas também aprenderam a se fingirem de mortas.

Hoje eu doei sangue.
E como eu gosto de ser estranha passei mal. Bem legal ficar 20 minutos de pernas para o alto até que tua visão volte ao normal e para que tu não saias cambaleando feito uma bêbada. Tudo bem, não foi pior do que voltar pra casa dentro de um ônibus a vácuo.

Sigam o meu exemplo número um, doe sangue, e não os outros. No final até ganharás um ki-suco sabor poeira. :X

Perceberam que o humor não está dos melhores, né?